segunda-feira, maio 18, 2009

HOMENAGEM - "leão de Génova"




TAÇA VIRGILIO MENDES


A equipa de veteranos do F.C. Porto conquistou este domingo a Taça Virgílio Mendes, depois de ter derrotado o Sp. Espinho, no Estádio do Dragão, por 2-0. Os golos azuis e brancos foram apontados por Fernando Gomes e por Carlos Gomes.

Para além do convívio entre estrelas do passado, esta foi uma excelente oportunidade para recordar Virgílio Mendes, antigo defesa do F.C. Porto que faleceu recentemente e que ficará na história como um dos melhores atletas de sempre do clube.

A equipa de veteranos do F.C. Porto presente neste desafio incluiu nomes como João Pinto, Rui Barros, Fernando Gomes, Jaime Magalhães, Eduardo Luís, Frasco, Quinito e Amaral.
O «Leão de Génova»
O «Leão de Génova», como ficou conhecido depois da fantástica exibição frente à Itália, em 1949, foi um dos jogadores que durante mais tempo representou o FC Porto e que mais fidelidade mostrou ao clube e à cidade que o acolheu. Além da lealdade que sempre exibiu, Virgílio ainda ficou associado a um dos momentos mais excitantes da história do clube, aquele período desde a inauguração do Estádio das Antas, em 1952, até à reconquista do título com Bella Guttmann, em 1959.
Foi Josef Szabo, o treinador do FC Porto de então, que deu indicação à direcção do clube para encontrar um substituto para o carismático Pinga. Apesar de inicialmente ter sido colocado a jogar no meio-campo, Virgílio viría a assumir outras funções quando o técnico Alejandro Scopelli chegou ao clube. O substituto de Szabo foi o grande responsável pelo seu recuo no campo. Inicialmente, Scopelli experimentou-o nos dois lados da defesa, acabando Virgílio por se fixar na direita porque era dextro.Foi depois da estreia na Selecção nacional que Virgílio recebeu os primeiros convites para deixar o FC Porto. Apesar da derrota (4-1) frente à Itália, Virgílio foi o melhor jogador português em campo e anulou o famoso extremo-esquerdo Carapelese. Os ecos da sua fantástica exibição depressa chegaram a Espanha e, alguns dias depois, o antigo defesa direito do FC Porto seria assediado a mudar-se para o Barcelona e para o Real Madrid. Virgílio recusou! No entanto, dois anos depois os espanhóis voltaram à carga. O Celta de Vigo ofereceu-lhe 500 mil pesetas pela assinatura do contrato e um ordenado mensal de 15 mil pesetas (quando veio para o FC Porto, em 1947, foi-lhe atribuído um prémio de assinatura de 3 contos e um vencimento mensal de 800 escudos). Era uma fortuna mas Virgílio voltou a dizer não aos espanhóis. Para o antigo defesa direito do FC Porto, «trocar de camisola apenas por causa do dinheiro que estava em jogo, se não era violentar o coração e o clube, era, pelo menos, aceitar viver como um mercenário». Passados mais de 50 anos, quantos futebolistas diríam o mesmo?

TROFENSE-PORTO, 1-4




Resultado expressivo, combinação perfeita de simplicidade e eficácia, a goleada imposta pelo Tetracampeão resulta da atitude séria e sem facilitismos patenteada e da inspiração da dupla argentina Lisandro e Farías, autores a meias dos quatro golos azuis e brancos. Da noite da Trofa resultam também dois novos campeões, Stepanov e Ventura, que se juntam ao registo de sucesso do celebrado grupo.
Depois da merecida festa, o regresso à realidade do campeonato voltou a evocar um F.C. Porto sublime, pleno de seriedade e sem cedências na qualidade de jogo. Quem julgava que a equipa de Jesualdo Ferreira se dispunha a cumprir apenas calendário no duelo com o Trofense, cedo percebeu que a índole do campeão também se revela nestes momentos e não descura as exigências.
Depois de uma entrada equilibrada no encontro, e da inevitável fase de estudo mútuo, a superioridade portista começou a desenhar-se aos onze minutos e prolongou-se até ao apito final, tendo em Farías o seu primeiro executante, numa tentativa em boa posição parada com dificuldade pelo guarda-redes da casa.
Com os protagonistas do espectáculo concentrados num superpovoado centro do terreno, o Tetracampeão investiu a expressão da sua supremacia em jogadas de entendimento colectivo, que renderam frutos aos 29 minutos, quando Farias concluiu uma combinação perfeita entre Lisandro e Mariano, e aos 43, quando Lisandro confirmou na pequena área adversária a segunda assistência de Mariano.
Vantagem dupla e segurança absoluta, o F.C. Porto não cessou de revelar empenho total no encontro da Trofa e esteve por diversas ocasiões perto de fazer avolumar o resultado, antes e depois do intervalo. Já depois do regresso de Hulk à competição, pouco mais de um mês depois da grave lesão sofrida na Amadora, Lisandro bisou na partida e elevou a contagem para três golos de diferença, concluindo com classe mais uma bela jogada do ataque azul e branco.
O tetra do resultado ensaiou-se várias vezes, algumas delas com o poder de Hulk em plano de destaque, mas consumou-se apenas a dez minutos do final, quando Farias cabeceou para golo a solicitação do avançado brasileiro, depois de um bom trabalho individual no flanco esquerdo.
Confirmada a goleada, atenuada apenas pelo golo anfitrião apontado por Hugo Leal, o Dragão saboreou com deleite mais um capítulo esmerado na bem sucedida caminhada interna, selando o seu 11º triunfo consecutivo na condição de visitante. A festa, essa, segue dentro de momentos, no encerramento do campeonato no Dragão, com a recepção ao Sporting de Braga