sexta-feira, março 30, 2007

Contas aprovadas por unanimidade

A Assembleia Geral extraordinária do FC Porto aprovou esta noite, por unanimidade, as contas do primeiro semestre da época 2006/07, em reunião magna que decorreu no Estádio do Dragão, com a presença de 300 associados.


A sessão, dirigida por Sardoeira Pinto, demorou apenas uma hora. À margem da discussão e aprovação das contas, também foi abordada a questão das eleições presidenciais. Havia a curiosidade de saber se Pinto da Costa iria prorrogar o mandato por mais um ano, mas o presidente portista parece disposto a ir a votos, em finais de Maio, e recandidatar-se a mais um mandato de três anos

domingo, março 25, 2007

HOMENAGEAR

HOMENAGEAR

A galeria do BIGDRAGAO pretende homenagear os jogadores mais importantes da história do clube. Outros poderiam estar aqui, pelo que se tiver alguma sugestão sobre outros jogadores, não hesite em fazê-la ao cuidado do BIGDRAGAO.


Valdemar Mota - Um dos melhores jogadores do FC Porto, nos anos 20. Este médio/extremo direito jogou mais de 20 vezes pela selecção nacional e notabilizou-se por ter marcado três golos à Itália ( vitória por 4-1). Foi também o 1º atleta olímpico do clube. Portugal ficou em 4º lugar dos J.O. de Amsterdão, em 1928.



Acácio Mesquita - Era um atleta extraordinário, tendo sido recordista nacional do...triplo salto, 110m barreiras e 4x100m. Também jogava basquetebol, mas foi no futebol que mais se notabilizou. Um dos melhores jogadores do FC Porto, nos anos 20. Formou com Valdemar Mota uma dupla temível.



Mihaly Siska - Grande guarda-redes de origem Húngara, que foi campeão pelo FC Porto nas décadas de 20 e 30. Também foi campeão como treinador, nas duas primeiras edições do campeonato nacional (1939 e 1940).



Pinga - Talvez a primeira grande «lenda» do FC Porto. Nos anos 30 foi um nome incontornável no FC Porto, vencendo campeonatos e sendo também um grande goleador, sendo o melhor marcador em 34/35 e 35/36. Foi também um dos esteios da selecção nacional.


António Araújo - Um avançado de grandes potencialidades, que se sagrou melhor marcador do campeonato em 47/48, apontando 38 golos. Pela selecção, marcou 6 golos em 9 partidas. A selecção da altura era designada com algum sarcasmo por «Sport Lisboa e Araújo». O maior momento de glória de Araújo foi na 1ª vitória oficial frente à Espanha, em 1947. Portugal venceu por 4-1, com os dois primeiros golos apontados pelo António Araújo.



Virgílio - Um dos maiores defesas direitos da história do FC Porto e da selecção nacional. Também conhecido por «Leão de Génova», depois de ter realizado uma portentosa exibição em Itália.



Jaburu - Um dos obreiros do título de 55/56, apontando 22 dos 77 golos que o FC Porto marcou nesse campeonato. Era um avançado enorme qualidade e o terror das defesas adversárias.



Pedroto - Um dos maiores símbolos da história do FC Porto, como grande jogador e grande treinador. Como jogador, era um futebolista de grande talento, tendo passeado a sua classe com as camisolas do FC Porto e da selecção nacional. Chegou a despertar o interesse de clubes Italianos, mas optou sempre por ficar no país.



Barrigana - Considerado um dos melhores guarda-redes de sempre no FC Porto e de Portugal.



Hernâni - Considerado por muitos o mais completo jogador de sempre do FC Porto. Um esteio da equipa que dominou a 2ª parte da década de 50, conquistando dois títulos nacionais e uma taça de Portugal.



Miguel Arcanjo - Um excelente defesa central, dotado de boa técnica e sentido posicional, que fez parte da equipa que conquistou 2 títulos nacionais na década de 50.



Carlos Duarte - Um excelente extremo direito que fez parte da equipa que conquistou 2 títulos nacionais na década de 50. Era um jogador que tinha muita velocidade e capacidade de finta. Formou uma asa direita fantástica, com Hernâni.



Custódio Pinto - Custódio Pinto foi durante muito tempo o melhor marcador do FC Porto nas competições europeias. Este médio com tendência atacante foi igualmente internacional por Portugal, tendo estado presente no mundial de 1966. Foi uma das maiores figuras do clube durante a década de 60. Venceu a Taça de Portugal em 1968.



Abel - Um dos bons goleadores do FC Porto. Marcou os seus sete golos na Taça UEFA de 1972/73, em eliminatórias frente ao Barcelona, Brugges e Dresden.



Cubillas - Um dos melhores jogadores Sul-Americanos da sua geração. A passagem deste peruano pelo FC Porto foi muito bem sucedida. Cubillas passeou a sua classe pelos estádios portugueses.



Pavão - Um grande jogador com enorme talento e grande visão de jogo. Está ligado a um dos momentos mais tristes da história do clube, ao falecer em competição, num jogo disputado nas Antas frente ao Vitória de Setúbal.



Lemos - Um grande avançado do FC Porto. Ficou especialmente famoso por ter marcado 4 golos num FC Porto-Benfica (4-0). Curiosamente, o jogador esteve envolvido e mais uma dezena de «clássicos» frente ao Sporting e Benfica, e só venceu mesmo este...



Seninho - Um dos melhores jogadores Portugueses da sua geração. É memorável a sua acção na eliminatória em que o FC Porto destrouçou o Manchester United, em 1977. Rumou depois aos Estados Unidos, onde jogou nos Cosmos de Nova Iorque.



Duda - Um dos melhores jogadores brasileiros da história do FC Porto. Fez parte da equipa que venceu 2 campeonatos, depois de muitos anos sem vencer. Duda foi também o artífice da 1ª vitória do FC Porto no Giuseppe Meazza, frente ao AC Milão.



Rodolfo - Um centro-campista de qualidade, também bicampeão nacional em 77/78 e 78/79. Depois de terminar a sua carreira como futebolista, Rodolfo voltou a colaborar com o clube, inserido em diversas equipas técnicas de futebol. Curiosamente, Rodolfo apenas jogou futebol no FC Porto.



Oliveira - Um génio à solta, sob a batuta de José Maria Pedroto. Foi um dos maiores jogadores de sempre do FC Porto e de Portugal. Está a fazer uma brilhante carreira como treinador, tendo sido "bicampeão" no FC Porto, e como seleccionador nacional teve uma participação muito boa no Euro-96 e levou Portugal à fase final do Mundial de 2002.


Frasco - Um tecnicista como poucos. Foi campeão Europeu. Fez parte de um dos melhores meio-campos de sempre do futebol Português.



Costa - Um dos melhores extremos-esquerdos do FC Porto e de Portugal. Fez parte de um trio atacante famoso, onde actuavam também Gomes e Oliveira.



Gomes - Uma das figuras mais populares da história do FC Porto, e também o avançado que mais golos marcou no FC Porto. Venceu 6 vezes a Bola de Prata e 2 vezes a Bota de Ouro, o troféu instituído para o melhor marcados dos campeonatos realizados na Europa.

sábado, março 24, 2007

História

O FC Porto foi fundado no dia 28 de Setembro de 1893 por António Nicolau d'Almeida, um comerciante de vinho do Porto que descobriu o futebol nas suas viagens a Inglaterra. A fundação do Foot-ball Club do Porto foi notícia nos jornais da época, e o evento mais significativo desta primeira e breve existência do clube foi uma partida contra o Club Lisbonense, com o alto patrocínio do Rei D. Carlos, disputada no Porto no dia 2 de Março de 1894 e na qual cada clube representou a sua cidade. Contudo, poucos dias depois da partida ouvir-se-ia falar do FC Porto pela última vez no século XIX; António Nicolau d'Almeida acedeu ao pedido da futura esposa, que considerava o futebol uma modalidade demasiado violenta, e afastou-se do clube, que entrou num período de letargia.


Em 1906 José Monteiro da Costa regressou de Inglaterra fascinado pelo mesmo desporto que encantara o seu amigo há mais de uma década e resolveu criar uma equipa de futebol. Foi então que António Nicolau d'Almeida lhe falou da semente que plantara em 1893, e José Monteiro da Costa não hesitou. Membro de uma associação denominada Grupo do Destino, sugeriu aos seus colegas que embarcassem com ele na aventura, ao que a maioria acedeu. Terminava o Grupo do Destino e renascia o FC Porto, em Agosto de 1906, assumindo desde logo uma faceta de clube eclético, no qual se praticavam também atletismo, boxe, cricket, halterofilismo, pólo aquático e natação.


O seu primeiro campo, o Campo da Rua da Rainha (que data do ano de fundação do clube), foi o primeiro campo relvado em Portugal. O FC Porto foi pioneiro também na internacionalização: foi a primeira equipa portuguesa a receber um conjunto estrangeiro (o Real Fortuna de Vigo, em 1907) e a primeira equipa a deslocar-se ao estrangeiro (a Vigo, em 1908). O primeiro título oficial do palmarés portista surge em 1912: é a Taça José Monteiro da Costa, o Campeonato do Norte de Portugal (de futebol), criado em homenagem ao fundador do FC Porto.


Ainda que forçada (pela construção de uma fábrica no espaço do antigo recinto), a mudança para o Campo da Constituição em 1912 correspondeu a uma significativa melhoria das instalações. Simultaneamente, o FC Porto crescia a nível desportivo, tendo vencido a primeira prova de âmbito nacional na história do futebol português: o Campeonato de Portugal de 1922. Nesse mesmo ano, o futebolista Simplício, também artista gráfico, conjugou o antigo símbolo do FC Porto com as armas da cidade do Porto, dando origem ao actual emblema do clube, datando da mesma altura o Hino do FC Porto, com letra de Heitor Campos Monteiro e música do Maestro António Figueiredo e Melo. O constante aumento do números de sócios e a introdução de novas modalidades (ginástica em 1910, basquetebol e hóquei em campo em 1926, rugby em 1928, andebol de onze em 1932 e ténis de mesa em 1937) contribuíam também para o crescimento do clube.


Em meados dos anos trinta o FC Porto conhecia uma dimensão tal que o Campo da Constituição já parecia pequeno demais - começaram então os planos para a construção de um novo estádio. Como este demoraria década e meia a surgir, foi necessário procurar uma solução temporária, passando o FC Porto a jogar alguns jogos no campo emprestado do Sport Progresso (Ameal) ou do Académico (Estádio do Lima).


Em 1945 o FC Porto tinha cerca de 8.000 sócios e o alargamento a novas modalidades prosseguia: bilhar e pesca desportiva em 1940, voleibol em 1943, ciclismo em 1945, campismo em 1951 e hóquei em patins em 1955. Entretanto, a equipa de futebol passava 15 anos sem títulos, entre 1941 e 1955; eram as outras modalidades, nomeadamente o andebol de onze e o ciclismo, que se encarregavam de ir aumentando o palmarés do clube. O futebol, porém, mesmo não vencendo competições oficiais, foi responsável pela mais significativa adição à sala de troféus do FC Porto na altura: em 1948, venceu o Arsenal, considerada a melhor equipa do mundo, no Estádio do Lima. Apesar de ter sido apenas um amigável, sócios e notáveis ofereceram ao clube um belíssimo troféu com mais de 300 quilos, 130 dos quais em prata maciça.


O ansiado novo estádio foi inaugurado em 1952. Chamava-se Estádio do Futebol Clube do Porto, mas ficou para a história como Estádio das Antas. Inicialmente apenas um estádio, foi-se transformando ao longo dos anos num verdadeiro complexo desportivo, com a construção de uma piscina, dois pavilhões e outras instalações essenciais à prática das várias modalidades do clube.


O bom perído que permitiu a quebra do jejum em 1956 (e logo com uma dobradinha, a primeira) e a conquista do título de 1959 foi sol de pouca dura para o futebol portista: avizinhava-se novo período negro, desta vez de 18 épocas. Mais uma vez, foram sobretudo o andebol (de onze e agora também de sete) e o ciclismo a trazer alegrias aos adeptos. Nos anos 60 a actividade foi alargada aos desportos motorizados em 1960 e ao xadrez em 1967.


O afastamento dos títulos no futebol seria quebrado em 1978 pelo treinador José Maria Pedroto, "o Mestre", com Jorge Nuno Pinto da Costa como chefe do departamento de futebol e Américo de Sá na presidência. No ano seguinte, uma nota negativa: depois do ténis, do rugby e do pólo aquático terem ficado pelo caminho, o andebol de onze cessa a actividade no clube; foram 28 títulos nacionais em 40 edições do campeonato, uma existência gloriosa de uma modalidade que praticamente não deixa rasto em Portugal nos dias de hoje.


Em 1982 Jorge Nuno Pinto da Costa sobe à presidência do FC Porto, marcando uma viragem definitiva na história do clube. Em termos desportivos, o FC Porto conquista nesse mesmo ano o seu primeiro título internacional: a Taça das Taças de hóquei em patins. Dois anos depois, chega à final da mesma competição em futebol, que perde contra a Juventus. O hóquei em patins, que até 1982 não contava com qualquer título - nacional ou internacional - fez da Taça das Taças o primeiro passo de uma caminhada rumo ao topo em Portugal e no Mundo. Volta a vencer a Taça das Taças em 1983, conquista um pentacampeonato entre 1982 e 1987 e sagra-se campeão da Europa em 1986 e em 1990. No atletismo, Aurora Cunha soma títulos, tendo-se sagrado tricampeã do mundo de estrada (1984/85/86). Em 1987 veio a glória no futebol, com a vitória na Taça dos Clubes Campeões Europeus (em Viena, contra o Bayern de Munique, com um inesquecível golo de calcanhar de Rabah Madjer), na Taça Intercontinental (contra o Peñarol de Montevideu) e na Supertaça Europeia (contra o Ajax). Também a nível interno o FC Porto começava a desenhar um domínio que se prolonga até aos dias de hoje.


Mas o crescimento do clube revelava-se também sob outras formas, como a criação da Loja Azul (1983), da Revista Dragões (1985) e da secção de desporto adaptado (1986), e ainda o rebaixamento do relvado do Estádio das Antas (1986), aumentando significativamente a sua capacidade (o que já havia sucedido em 1976 aquando da construção das bancadas da maratona). Nessa altura o número de sócios já ultrapassava os 50.000. Contudo, outras duas modalidades são extintas nesta mesma década - o ciclismo e o hóquei em campo, respectivamente em 1983 e 1989.


A nível institucional, nos anos 90 o clube sofreu fortes transformações, com a criação da FC Porto, Futebol, SAD, e da FC Porto, Basquetebol, SAD, sociedades comerciais que passaram a gerir o futebol e o basquetebol do clube, respectivamente. Foram ainda criadas a PortoSeguro, a PortoComercial e a PortoMultimédia, embora em termos desportivos mais três modalidades tenham sido abandonadas: voleibol (1991), ténis de mesa (1995) e xadrez (1998).


Os anos 90 foram de sucesso sobretudo para a equipa de futebol, que foi campeã oito vezes, cinco delas consecutivas (o histórico Penta, nunca atingido no futebol português). O FC Porto esteve também em evidência no hóquei em patins (inclusivé a nível internacional, conquistando duas Taças CERS), no basquetebol, na natação e no boxe. Em 1995, o FC Porto ultrapassou a marca dos 100.000 sócios, e no ano seguinte, pela primeira vez, uma atleta do FC Porto conquistou uma medalha olímpica: Fernanda Ribeiro venceu os 10.000 metros e trouxe o ouro de Atlanta (quatro anos depois traria o bronze de Sydney). Em andebol, o FC Porto reconquistou em 1999 o título de campeão nacional que fugia há 30 anos. Aliás, 1999, além de ter sido o ano do Penta, marcou uma época perfeita para o clube, que foi campeão nas quatro modalidades mais importantes no panorama desportivo português: o futebol, o hóquei em patins, o andebol e o basquetebol.


No século XXI José Mourinho chegou às Antas, e foi com ele que a equipa de futebol do FC Porto regressou aos títulos internacionais: Taça UEFA em 2002/03, Liga dos Campeões em 2003/04 - época em que o FC Porto voltou a lograr o pleno nacional, vencendo as quatro modalidades principais. No mesmo ano, já com Victor Fernandez, a Taça Intercontinental seria acrescentada ao palmarés portista.


Entretanto, em 2002 havia sido inaugurado o Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, pela Fundação PortoGaia (criada pelo FC Porto e pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia), e em 2003 o Estádio do Dragão, da responsabilidade de mais uma empresa do grupo FC Porto, a PortoEstádio. As modalidades, que jogam em casa emprestada desde que, em 2001, o Pavilhão Américo de Sá e as piscinas do complexo das Antas foram demolidos, aguardam ainda pelo pavilhão que surgirá junto ao actual estádio, que terá o nome de Dragãozinho

Caminhada até Viena - 20 anos (I)

Estamos em finais de Fevereiro do ano de 1987. A equipa do FC Porto prepara os quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus. Os dinamarqueses do Brondby são o adversário a ultrapassar. A expectativa de chegar pela primeira vez às meias-finais da maior competição europeia de clubes é enorme, até porque a Dinamarca não tem "peso" europeu a nível de clubes.

O caminho até aqui foi relativamente fácil. Dizimámos os campeões malteses, Rabat Ajax, com um total de 10-0 (1-0 lá e 9-0 cá), e os campeões checos, Vitkovice, com derrota por 1-0 lá e vitória por 3-0 cá.

Ebbe Skovdahl é o técnico do campeão dinamarquês e desloca-se a Vidal Pinheiro, em 22 de Fevereiro, para espiar o FC Porto. Ganhamos por 3-0 (golos de Sousa, André e Gomes). Na sua observação do jogo, Skovdahl destaca Futre como "um jogador impressionante, com as suas arrancadas mirabolantes". Segundo o dinamarquês, a tarefa vai ser complicada até porque o FCP tem mais traquejo internacional e até já disputou uma final europeia.

Neste jogo de Vidal Pinheiro, o Salgueiros autorizou o Brondby a filmar o jogo (para posterior análise da equipa do FCP), o que deixou Pinto da Costa irritado... Outro motivo de irritação, este a nível interno, prende-se com as constantes ausências de Madjer ao serviço da selecção argelina, o que fez, por exemplo, com que estivesse ausente de um dos jogos fulcrais deste ano, com o Guimarães, nas Antas.

A nível interno, o FC Porto não atravessa uma fase positiva. Para além do já referido "caso-Madjer", a equipa vive um momento de quebra nas últimas jornadas, com derrota na Luz, empate em casa com o Vitória e vitória em Chaves com exibição pouco conseguida . Durante uma pausa no campeonato, o FCP disputa o torneio Sonangol, em Luanda, tendo ficado em 5º lugar. Em Paris, joga um particular com o Racing (no âmbito da transferência de Madjer) e empata 0-0. Ainda na capital francesa joga um torneio de futebol de salão, onde alcança o terceiro lugar. A propósito deste mau momento, escreve João Cartaxana no Record de 22-02: "FC Porto: quebra inesperada ou baixa de forma programada?"

Artur Jorge passa ao ataque, em entrevista a O Jogo, de 27/02: "Há um clima de histerismo à volta do FC Porto". Nesta entrevista, o rei Artur denuncia aqueles que ainda não se habituaram à ideia de que o FC Porto é superior e, naturalmente, ganha mais vezes que os outros. Também ele já observou o Brondby. Na sua opinião, eles são uma equipa jovem, rápida e atrevida.

A 28 de Fevereiro, no último jogo antes de receber o Brondby, o FC Porto bate a Académica por 1-0, com golo de livre directo, aos 85 minutos, por Madjer (saído do banco). O Record faz manchete: "Madjer evita escândalo". A Bola escreve: "FC Porto vence... in extremis", e no interior: "Estado de emergência nas Antas... até chegar a magia de Madjer". O Jogo intitula: "D. Sebastião veio... da Argélia". A equipa não parece bem e os adeptos começam a temer o pior

Caminhada até Viena - 20 anos (II)

Para o Brondby, trata-se de uma estreia a este nível, tendo na presente edição eliminado o Honved e o Dínamo de Berlim. O campeonato dinamarquês está parado, mas a equipa fez uma digressão por Inglaterra, pelo que não está sem ritmo de jogo.

Trata-se de uma equipa muito jovem, com jogadores sem experiência internacional. O guarda-redes é um deles. É neste momento o segundo redes da Dinamarca, atrás de Rasmussen, e todos lhe auguram um grande futuro. O seu nome: Peter Schmeichel. Na defesa pontificam jogadores como Ole Madsen, Lars Olsen e Kent Nielsen, este o patrão do sector mais recuado. Os médios John Jensen e Henrik Jensen dominam o meio-campo. Henrik é a estrela da companhia, e dele se diz estar muito perto do Valência. Na frente, Claus Nielsen é o avançado mais perigoso, mas Kim Vilfort não lhe fica atrás. Com 18 anos, um tal de Brian Laudrup promete seguir as pisadas do seu irmão mais velho (que joga na Juventus).

Em 28 de Fevereiro, A Bola entrevista as "vedetas" do Brondby e faz o título: "Vamos eliminar o FC Porto... apesar das dificuldades / A nossa equipa não tem experiência, mas é muito boa".

Declarações dos jogadores:

- Henrik Jensen: "Penso que Gomes era um goleador temível anos atrás, agora não. Casagrande é melhor, mais novo, mais forte, mais difícil de travar."
- John Jensen: "Sei que o FCP é uma equipa muito boa em casa e que tem três jogadores muito bons no meio-campo e um esquerdino extraordinário... Futre!"
- Kent Nielsen: "Gomes é muito perigoso; tem o "faro" do golo. Pode não se ver durante 80 minutos, mas aparece a marcar um golo decisivo".

Em 3 de Março, o Record publica as últimas declarações de Artur Jorge antes do jogo: "Precisamos que o público nos apoie". O nosso treinador leva 18 jogadores para estágio: Zé Beto, Amaral, João Pinto, Celso, Eduardo Luís, Festas, Laureta, Bandeirinha, André, Gomes, Futre, Madjer, Casagrande, Juary, Eloi, Frasco, Jaime Magalhães e Sousa.

Ficha do jogo:

Estádio das Antas, 04/03/87
75.000 (segundo o Record) Grande assitência (segundo A Bola)
Árbirtro: Gerard Biguet (França)

FCP: Zé Beto, João Pinto, E. Luis, Celso e Laureta; Frasco, André e Sousa; Madjer, Gomes e Futre.
Subs: Sousa por Casagrande (45mins), Frasco por J. Magalhães (67 mins)
Suplentes não utilizados: Amaral, Festas e Quim.

Brondy: Schmeichel; Madsen, Olsen, Kent Nielsen e Ostergaard; Steefensen, B. Jensen e H. Jensen; C. Nielsen e Vilfort.
Subs: C. Nielsen por Hansen (61mins) e H. Jensen por Laudrup (80mins)

Amarelos: Frasco, Vilfort, B. Jensen e Laureta.

Golo: Madjer, aos 70 minutos.
Decrição do golo pelo Record: "Jaime Magalhães entregou o esférico a João Pinto e o defesa-direito das Antas, rapidamente, endossou-o ao argelino, o qual atirou rasteiro para o fundo das redes."
Descrição do golo por A Bola: "Iniciativa de João Pinto que leva a bola quase à entrada da grande-área, metendo-a bem à frente de Madjer. O internacional argelino, desviado para a meia-direita, dominou-a e com o pé direito bateu Schmeichel, quando ele saiu da baliza."

Relato do golo, na voz de Gomes Amaro (Rádio Porto):

Para os menos familiarizados com o futebolês do Gomes Amaro, o texto do relato: "...tenta chegar no pedaço João Pinto, ele tentou soltar no comando, é para o Madjer, chutou, é goooooooolll........ do Porto! Madjer, camisa meia-dúzia, no barbante do Brondby! Madjer, camisa seis, depois de um trabalho espectacular de João Pinto, o garotinho invadindo pelo miolo, serviu para o meia-dúzia, invadiu descampado pela direita, chamou Schmeichel, tocou rasteirinho por baixo do corpo do grandalhão... Balançando... Balançando o torcedor azul-e-branco e o barbante amarelo-e-ouro da equipe do Brondby... Como é que fica Schmeichel? Vai lá, vai lá, vai lá

Caminhada até Viena - 20 anos (III)

1O Record de 6 de Março de 1987 não traz para a capa a vitória do FCP sobre o Brondby. Nem sequer uma caixinha com o resultado. E nem o facto de ainda ser um trissemanário e o jogo se ter disputado há 2 dias serve de desculpa. A capa é ocupada pelos seguintes temas: regresso de Bento à competição (depois de uma longa ausência motivada pela lesão no México); Álvaro, GR do Lusitânia diz que vai ser um gozo jogar no Sporting; e Jorge Plácido confirma que falou com Fernando Martins (para uma possível ida para o Benfica).

O Jogo, único desportivo diário, diz na capa: "Golo de Madjer estragou a festa ao Brondby". No interior: "O arrojo chegou tarde". Apesar do 1-0 ser curto, Artur Jorge não está insatisfeito: "Razoável... e não sofremos golos".

A Bola intitula na capa de 7 de Março: "Duros de roer os homens vindos do frio". No artigo interior, escreve-se: "Vendaval de técnica só abre uma brecha na muralha alta e loira". O destaque é dado ao seguinte parágrafo:

"A arte de Madjer garantiu ao FCP uma magra mas preciosa vitória ante uma equipa de "Manniches", muito forte fisicamente, mas longe da classe e categoria dos seus irmãos da selecção que deslumbrou no Europeu de França e Mundial do México."

Convém relembrar que Manniche é um jogador dinamarquês que, em 1987, joga no Benfica. Aliás, a referência ao Benfica, sabe-se lá porquê, está sempre presente. Veja-se como começa o texto de Aurélio Márcio, sobre o jogo:

"Não terá sido a noite europeia que a grandiosidade das Antas merecia, que a multidão, presente no estádio estava à espera e que, bem vistas as coisas, nós também esperávamos, de tal modo que até tínhamos um título bem giro, por sugestão às grandes noites que o Benfica proporcionou, já lá vão muitos anos, tantos que até já nem nos lembra quando foi a última vez..."

Na análise aos jogadores, faz-se o título: "De Madjer algum perigo – André a movimentação constante". O destaque é: "João Pinto acabou em grande estilo, descendo pelo seu corredor, e foi ele quem esteve no golo solitário, que talvez não chegue para o triunfo na eliminatória". Obrigadinho pelo optimismo.

No rescaldo do jogo, Artur Jorge diz: "Eu não menti a respeito do valor do Brondby". Quanto ao nosso Presidente, Pinto da Costa lembra que "foi com resultados de 1-0 em casa que chegámos há 3 anos à final de Basileia (Taça das Taças)".

Skovdahl não está muito optimista ("Será difícil vencer este Porto de muita classe"), ao contrário da imprensa dinamarquesa, que dá vivas à ... derrota do Brondby, considerando que o facto de ter sido apenas por 1-0 foi em si uma autêntica vitória.

Schmeichel declara: "Estou contente com o resultado, mas estou descontente comigo próprio, confesso que não sei perder e aquele golo fica-me atravessado na garganta. Foi triste, foi estúpido. Não quero desculpar-me. Houve uma falha de marcação da nossa defesa, mas eu podia safar. Madjer enganou-me, não esperava que ele chutasse assim." Ele não sabia, mas o Madjer era assim.

Caminhada até Viena - 20 anos (IV)

Brondby-FCPorto – 2ª Mão

O FCP prepara-se para jogar a segunda mão dos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus com o Brondby. No fim-de-semana anterior disse praticamente adeus ao título ao perder em Portimão por 1-0, enquanto o Benfica vencia em Guimarães por 2-1. Quatro pontos separam agora os dois primeiros, numa altura, lembre-se, que a vitória vale 2 pontos. Missão quase impossível. Daí que este jogo na Dinamarca assuma importância fundamental na tentativa de salvar a época.

Em relação à primeira mão, Artur Jorge faz quatro modificações no 11. Saem Zé Beto, Eduardo Luís, Laureta e Madjer, entrando Mlynarczyck (após 2 meses ausente por lesão) Lima Pereira, Inácio e Casagrande, respectivamente.

Aos 15 minutos, a lesão de Casagrande revelar-se-á decisiva para o desenrolar do jogo, uma vez que dará lugar à entrada de Juary, o marcador do golo do empate. Frasco e Quim ficam impedidos de jogar a primeira mão das meias-finais em virtude do 2º amarelo que levaram hoje. Casagrande também será baixa, uma vez que a sua lesão se revela bastante grave: rotura de ligamentos no tornozelo e fractura do perónio. Todos os jornais desportivos destacam a arbitragem demasiado caseira do árbitro.

Às 2 e 15 da madrugada, o avião aterra no Aeroporto de Pedras Rubras, onde algumas centenas de adeptos esperam a comitiva em clima de grande euforia. É a primeira vez que o clube atinge as meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus. E nesta fase, há três hipóteses, qual delas a pior: Bayern de Munique, Real Madrid e Dínamo de Kiev.


Ficha do jogo:

Kobenhavns Idratspark, 18/03/87
Árbirtro: Lajos Nemeth (Hungria)

FCP: Zé Beto, João Pinto, Lima Pereira, Celso e Inácio; Frasco, André e Quim; Casagrande, Gomes e Futre.
Subs: Casagrande por Juary (14mins), Frasco por Eduardo Luís (74 mins)

Brondby: Schmeichel; Madsen, Olsen, Kent Nielsen e Ostergaard; Steefensen, Bjorne Jensen, Henrik Jensen e John Jensen; Claus Nielsen e Vilfort.
Subs: Bjorn Jensen por Bryan Laudrup e H. Jensen por Tommy Christiensen (aos 72 mins)

Amarelos: Frasco, Quim e Madsen.
Golos: Steffensen (36 mins) e Juary (69 mins)

Decrição do golo de Juary pelo Record: "Quim lançou Juary em profundidade, o brasileiro bateu Olsen em corrida, isolou-se, e bateu Schmeichel."
Descrição do golo por O Jogo: "O combativo médio portista (Frasco) levantou a cabeça e (nem sempre foi assim) não perdeu tempo. Juary estava perto, como que a pedir a bola. Ela chegou-lhe bem na hora. "Velocidade de ponta", o defensor contrário a ficar pelo caminho, e o brasileiro das Antas, já dentro da grande área, sobre o flanco direito, a concluir o sprint com um disparo colocadíssimo, a fazer entrar a bola, como uma flecha, pelo buraco da agulha. De nada valeu o mergulho tardio de Schmeichel. Acabava praticamente aí o jogo."
Descrição do golo por A Bola: "Excelente abertura de Frasco, solicitando Juary, o qual, após sprint pela direita, disparou rente à relva entre o corpo do guarda-redes e o poste esquerdo."

Relato do golo, na voz de Gomes Amaro (Rádio Porto):


Para os menos familiarizados com o futebolês do Gomes Amaro, o texto do relato: "Roubando bem a carteira o número sete Frasco, olha que bela fuga para Juary, invadiu a grande-área, olhou para o goleiro, fuzilou... é GOL! GOOOOOOOOLLL... do Porto! Juary! Juary, camisa 13, no barbante, no barbante de Schmeichel! Balança barbante, balança a rede balança, o marcador avança, o cronómetro-electrónico estava em cima dos 25, Juary, Juary perelepe, lançamento extraordinário desta vez de Frasco, entrou pelo miolo, chamou o goleirão, escolheu o canto, bateu por baixo, no barbante amarelo-e-azul, Juary... Juary pondo o empate no marcador, como é que fica Schmeichel? Vai lá, vai lá, vailá!"

Títulos dos jornais desportivos:

O Jogo – 19/03
Título de primeira página: "SALVÉ FC PORTO!"
Sub-título: Belo golo de Juary coloca campeões nas "meias"
Título do texto: Juary: "seta" envenenada

Record – 20/03
Título de primeira página: "Casagrande no hospital: Qualificação do FC Porto aliviou-me as dores".
Título do texto: Era um crime não aproveitar esta oportunidade de fazer história.
"Como jogaram os portistas: Mlynarczyck, André e Juary – a classe além da combatividade."

A Bola – 19/03
Títulos de primeira página: "FC PORTO entre os quatro "maiores" da Europa; "Juary – Mais uma vez a "arma secreta" do campeão nacional"
Título do texto: "Golaço" de Juary conseguiu travar um verdadeiro vendaval escandinavo (... e serviu de prémio, não à perturbada exibição portista, mas à forma briosa como a equipa portuguesa se bateu)"
"Como jogou o FC Porto: Mlynarczyck, Juary e Futre – os principais obreiros da qualificação. (um golo consentido, que tudo complicou, e um golo feliz, que colocou os portistas nas meias-finais da prova)"

Enviados-especiais:

Rui Martins, de O Jogo: "Qual crise? Em Copenhaga, o FC Porto foi igual a si próprio: soube ser humilde, não acusou o golo sofrido, reagiu com personalidade e revelou-se uma equipa de marca europeia."

"Futre fez jus ao epíteto de "perigo público" com que o rotularam os jornalistas dinamarqueses, ora pela esquerda ora pela direita, criando espaços, fintando, inventando."

Santos Costa, do Record: "Logo no início o árbitro apostou em intimidar o FC Porto e o amarelo saltou logo no primeiro minuto, quando, com cara de poucos amigos, colocou a cartolina à frente dos olhos de Frasco".


Declarações dos intervenientes:

Artur Jorge: "Julgo que ninguém ficou com dúvidas quanto à nossa superioridade"; "FC Porto nas meias-finais não é uma vitória minha, mas uma vitória de todo o clube"; "Provámos que é necessário ser uma equipa experiente para eliminar adversários deste tipo. Experiência e rigor táctico são fundamentais nestas ocasiões e a nossa equipa provou-o".

Pinto da Costa: "A um passo da final..."; "Serve qualquer adversário. Que venha o diabo e que escolha"; "Aqueles que têm pretensão em destruir o nosso trabalho, terão ficado desiludidos com esta bela exibição do FC Porto. Precisamos agora do máximo apoio do público, porque temos uma grande oportunidade de estarmos presentes na final."

Juary: "Só quando vi a bola entrar, acreditei que era golo. Até me aperceber disso, fiquei parado. Depois explodi de alegria."; "Corremos que nem uns cabritos. Nesta altura de alegria não me quero esquecer dos meus compnaheiros que ficaram em Portugal, e que, de longe, certamente torceram por nós

A Verdadeira Historia do Futebol Portugues

1º Período até ao 25 de Abril de 1974, onde o Salazar amigo separava Lisboa do resto do país, concedendo aos clubes da capital do império: SCP e sobretudo, SLB - o clube da águia imperial fascista (e nazi!), todas as condições materiais e humanas com o sacrifício e prejuízo dos restantes clubes, especialmente o FCP, que era o único que, com muito menos meios, fazia alguma frente aos senhores de barriga cheia, favorecidos pelas benesses do Ditador.

Por isso dizia o Pedroto que um título do FCP valia por dois ou mais do que o de um clube de Lisboa, uma vez que não era uma competição em igualdade de circunstâncias

- sabias que, entre outras regalias, os árbitros da FPF eram todos da região de Lisboa?... quando não chegassem os jogadores, lá estavam eles para garantir os "serviços mínimos" para as "suas cores", e nem era preciso pagar-lhes viagens ao Brasil, pois corriam o risco de perderem os seus empregos , uma vez que eram funcionários públicos!....

Sabias também que a federação mandou adiar um jogo Porto-scp devido a um atraso num voo de um jogador do sporting?

Sabias que um árbitro no dia seguinte a um polémico jogo entre Porto e lagartos, em que o FCP foi prejudicado, viajou a convite do presidente dos lagartos a uma deslocação da equipa ao estrangeiro?

Quanto ao célebre CALABOTE não é preciso dizer nada quanto ao tempo de desconto, ou a substituição do guarda redes ou os penalties inventados. Só gostaria de perguntar se têm consciência da quantidade de Calabotes que existiam na época para beneficiar lagartos e vermelhos??

Sabias que a federação, já na década de 80, quis adiar uma final da taça, anteriormente marcada para as Antas só porque os clubes finalistas eram o Porto e os vermelhos?

Sabias que o Humberto Coelho tinha a alcunha de fiscal de linha? Sabes porquê? Quando levantava o braço a bandeira do fiscal de linha também se levantava!

A imprensa era, como sabem, manipulada pelo regime, e por isso completamente centralizadora. Todos estes escândalos passavam completamente ao lado dos senhores da bola, record, RTP, TSF, renascença, etc....

Curioso é verificar que alguns deles continuam a trabalhar como se nada fosse, mas continuando a mostrar que a isenção não é o seu forte!

Penso que é suficiente ..!!!

Deste modo as "mãos-cheias" de títulos desse período dos clubes da capital, mais concedidos pelo "Sistema Político Fascista e Centralista-Salazarista", do que verdadeiramente conquistados por mérito ou real capacidade dos clubes de Lisboa, tem pouco mais que mero valor estatístico

2º Período - Pós 25 de Abril, acabou e o Regime Salazarista acabou-se a mama, cada um por si e foi o que se viu!: Não são precisos 100 anos para o FCP chegar aos calcanhares de um clube de freguesia (Benfica) SLB.

FCPorto é um clube conhecido, admirado e temido de norte a sul do País e nos 4 cantos do Mundo, com adeptos em todos os continentes - só é reconhecido lá fora quem ganha, não quem nem sequer aparece, ou quando aparece se cobre de ridículo nas competições europeias (SCP /SLB), com prestações miseráveis.

De 1974 a 2004:

FCP- 15 títulos de Campeão Nacional (tantos como todos os outros juntos!), 8 Taças de Portugal (em casa do adversário), 12 Supertaças de Portugal. Somos ainda o unico clube Penta Campeão Nacional !

A nível internacional temos 2 Taças dos Campeões Europeus, 1 Taça UEFA, 1 Supertaça Europeia e 2 Taças Intercontinentais (Campeão do Mundo de Clubes).

O FCPORTO tem 9 finais internacionais e ganhou 6 ! Os lagartos têm uma taça das taças e os vermelhos ganharam 2 taças dos campeões europeus - todos juntos têm metade dos nossos títulos internacionais.

Somos ainda os únicos que têm as 3 principais modalidades na primeira divisão (Basquet, Hóquei e Andebol).

Penso que estes números dizem tudo ...

Já agora, somos e seremos orgulhosamente Portistas antes de qualquer orgulho parolo numa equipa treinada por um brasileiro que não convoca os melhores jogadores, porque ............. ??????? (nunca justificou porquê e em Portugal a imprensa dos vermelhos prefere não falar do assunto)

Quanto ao nº de adeptos não temos pretensões em ganhar esse campeonato, mas gostava que reflectissem mais um pouco:

- Somos a equipa que mais adeptos LEVA aos jogos com os nosso inimigos (disse bem, inimigos) da 2ª circular. Conclusão: somos menos mas somos melhores (os meninos têm medo de vir à casa do Dragão).

- Somos a equipa com melhor média de adeptos nos jogos em casa.

- Somos o Clube com mais lugares anuais vendidos (e não são os mais baratos).

Como diria o outro, Porque será ?

sexta-feira, março 23, 2007

Ranking UEFA: F. C. Porto foi o clube português que mais contribuiu para o ranking português nas últimas cinco temporadas

O F. C. Porto foi o clube português que mais contribuiu para o ranking português nas últimas cinco temporadas.

O clube portista ocupa actualmente a 13ª posição no ranking europeu, logo atrás do Chelsea e da Juventus e imediatamente à frente de PSV Eindhoven e Sevilha.

Este ranking é obtido através da soma de pontos dos clubes europeus nas últimas cinco temporadas, mais os pontos atribuídos a cada país. No total, o F.. Porto soma 89.052. A melhor época foi 2003/04, quando ganhou a Liga dos Campeões, com José Mourinho.

O Benfica é o segundo clube português com mais pontos nas últimas cinco temporadas, 66.052, logo atrás de Roma e Bayern Munique, dois clubes ainda na Liga dos Campeões.

Pela segunda época consecutiva, os «encarnados» chegam a esta fase da temporada como único representante português. Em 2005/06 somaram 17.815 pontos, agora já tem 17.615.

Eis o ranking dos clubes portugueses em 2007

13º F.C. Porto 89.052
19º Benfica 66.052
37º Sporting 52.052
90º Boavista 29.052
95º Sp. Braga 27.052
119º V. Guimarães 19.052
129º V. Setúbal, Marítimo, U. Leiria, Leixões 16.052

sábado, março 17, 2007

NASCE A TAÇA DOS CAMPEÕES

A 4 de Setembro de 1955 no Estádio Nacional, Sporting e Partizan Belgrado deram início a 50 anos da mais importante competição de clubes do futebol mundial. Foi nessa tarde de Verão que se iniciou a Taça dos Campeões Europeus, agora denominada Liga dos Campeões.

segunda-feira, março 12, 2007

GOLOS MÁGICOS

O golo de Quaresma ao Benfica
Momento mágico da primeira volta do campeonato, desenhado pelo Harry Potter do Dragão. Pouco antes, Quaresma já ensaiara o truque de magia, mas o arco da bola sairia um pouco longo. Poucos minutos depois voltaria a ter nova oportunidade. Beneficiando da deficiente marcação zonal feita pelos benfiquistas, que arriscou deixa-lo um para um com Nelson naquela zona (na imagem, o jogador que o persegue, enquanto Petit no interior da área assiste passivamente), Quaresma arrancou (movimento tracejado), travou, simulou, passou a bola para o seu pé direito e executou uma parábola que fez a bola descrever um arco (traço seguido) e entrar junto ao segundo poste. Um poema de golo.

RELEMBRAR CAMPEÕES


sexta-feira, março 02, 2007

TREINADORES QUE FIZERAM HISTÓRIA

Esta galeria pretende homenagear os treinadores mais importantes da história do clube, e que estiveram ligados aos maiores sucessos da equipa de futebol.


Dorival
Yustrich

Dorival Yustrich - Treinador Brasileiro que levou o FC Porto ao título nacional, após um jejum de 16 anos. Era um treinador de feitio polémico e um grande líder de homens. Uma equipa com talento e bem comandada foi a receita para quebrar o nosso jejum mais prolongado.





José Maria
Pedroto

José Maria Pedroto - Talvez o melhor e mais carismático treinador que alguma vez passou pelo FC Porto. José Maria Pedroto esteve ligado ao "bi" conseguido no final da década de 70, após 19 anos de jejum. Levou a equipa à sua primeira final Europeia e construiu as bases para as grandes equipas que conquistaram Portugal e o resto do mundo durante as décadas de 80 e 90.





Artur Jorge

Artur Jorge - Disciplo de José Maria Pedroto. Artur Jorge sucedeu a José Maria Pedroto e António Morais. Em duas passagens pelo FC Porto ganhou tudo o que havia para ganhar a nível nacional e levou a equipa ao título Europeu. Artur Jorge foi o primeiro técnico português que se pode orgulhar de tal feito.





Tomislav Ivic

Tomislav Ivic - Sucedeu a Artur Jorge. Ganhou tudo o que havia para ganhar a nível nacional, foi campeão mundial e venceu a Supertaça Europeia. Só não ganhou novamente a Taça dos Campeões e... saíu. Um bom amigo do FC Porto que ocasionalmente visita uma casa que será sempre sua.





Carlos Alberto
Silva

Carlos Alberto Silva - Veio para o FC Porto com a missão de substituir Artur Jorge, que terminava a sua 2ª passagem pelo FC Porto. Os resultados falam por si...nos dois anos em que esteve à frente da equipa, conquistou o campeonato nacional. Um treinador discreto mas que cumpriu na plenitude.





Bobby Robson

Bobby Robson - Já não foi a tempo de ser campeão nacional na sua 1ª (meia) época, mas ainda venceu a Taça de Portugal, derrotando na final o Sporting, o clube que inexplicavelmente o tinha despedido. Nos dois anos seguintes foi campeão nacional e levou o clube a uma meia-final da Liga dos Campeões, perdida a uma mão no Camp Nou, perante o FC Barcelona. Bobby Robson foi sem dúvida um dos mais populares treinadores do FC Porto de sempre!





António Oliveira

António Oliveira- Tal como Pedroto, António Oliveira foi jogador e treinador no FC Porto. Como treinador, esteve ligado ao "Penta", vencendo 2 campeonatos (o primeiro "tri" da história do clube e o "tetra"). Voltou a ser seleccionador nacional, levando o país ao mundial de 2002.





Fernando Santos

Fernando Santos - esteve 3 anos à frente do FC Porto. Depois de Robson e Oliveira, manteve a senda dos êxitos, conquistando para o FC Porto um quinto título consecutivo. Fernando Santos ficará para sempre conhecido como o «Engenheiro do Penta».





José Mourinho

José Mourinho - esteve dois anos e meio à frente do FC Porto. Nas duas épocas completas que realizou venceu 2 campeonatos, 1 Taça de Portugal, 1 Supertaça, 1 Champions League e 1 Taça UEFA. É sem dúvida nenhuma o treinador com mais sucesso da história do clube. José Mourinho é actualmente um dos mais conceituados técnicos a nível mundial.




TODOS OS TREINADORES:

Pinto Basto, Adolphe Cassaigne, Akos Teszler, Joseph Szabo, François Gutskas, Miguel Siska, Augusto Silva, Gencsi, Cândido de Oliveira, Fernando Vaz, Yustrich, Otto Bumbel, Fernando Daucik, Otto Vieira, Pedroto, Jamos Kalmar, Otto Glória, Flávio Costa, Pedroto, Tommy Doc, Fernando Riera, Bella Guttmann, Pedroto, Hermann Stessl, Pedroto, António Morais, Artur Jorge, Tomislav Ivic, Quinito, Artur Jorge, Carlos Alberto Silva, Bobby Robson, António Oliveira, Fernando Santos, Octávio Machado, José Mourinho, Luigi del Neri, Victor Fernandez, José Couceiro e Co Adriaanse.

«TRI»-ABRAÇO:

Um abraço histórico Em Dezembro de 2003, disputou-se o último jogo de Taça de Portugal no estádio das Antas. Pinto da Costa reuniu 3 treinadores históricos num abraço muito especial.

José Mourinho venceu uma Champions League e uma Taça UEFA, Tomislav Ivic venceu a Taça Intercontinental e a Supertaça europeia e Artur Jorge venceu a Taça dos Clubes Campeões Europeus.

A assistir a este abraço especial vemos o Presidente Pinto da Costa, com certeza muito orgulhoso das escolhas que fez ao longo da sua presidência, também no que diz respeito a treinadores.

O CAPITÃO - JORGE COSTA

Poucos jogadores atingiram a popularidade que Jorge Costa gozou enquanto foi jogador do FC Porto. Foi sempre um dos principais representantes do espírito de vitória do Dragão e sempre um dos favoritos dos adeptos do FC Porto.

A poucos dias de completar 35 anos, Jorge Costa anunciou o final de uma carreira brilhante, recheada de muitos títulos. A esse respeito, e a nível nacional, melhor palmarés só mesmo Vítor Baía é que conseguiu...

Jorge Costa Jorge Costa é um produto das camadas jovens do FC Porto, tendo iniciado a competição a sério através de empréstimos ao Marítimo e Penafiel. Por estas alturas, já Jorge Costa tinha atingido algum estatuto, pelo facto de ter feito parte da selecção nacional de juniores que venceu o Mundial da categoria em Lisboa, no ano de 1991. Na final frente ao Brasil, decidida através da marcação de grandes penalidades, Jorge Costa marcou um dos golos que valeu o título a Portugal.

Em 92/93, integra a equipa sénior do FC Porto, onde ficou até finais de 2001, altura em que decidiu ir jogar para Inglaterra, onde representou com sucesso o Charlton. Foi uma decisão muito polémica, ainda por cima motivada por um litígio com o treinador em exercício, Octávio Machado, que tinha afastado o jogador da competição. Esse período de bom rendimento em Inglaterra permitiu que Jorge Costa ganhasse o direito de participar no Mundial de 2002 na Coreia.

O «Bicho» (alcunha com que os adeptos do FC Porto o «baptizaram») é «mobília» do FC Porto e não se estranhou o seu regresso, pelas mãos de José Mourinho, onde teve os seus maiores sucessos. Venceu uma Taça UEFA e a Champions League e, mais tarde, uma Taça Intercontinental, já sob o comando de Victor Fernandez. A chegada de Co Adriaanse marcou novo afastamento de Jorge Costa, que decidiu partir novamente, desta feita para o Standard de Liège, onde fez os últimos jogos da sua brilhante carreira.

No campeonato nacional, Jorge Costa fez 306 jogos e marcou 20 golos. Ao serviço da selecção nacional cumpriu 50 jogos, tendo marcado 2 golos.

Palmarés:

1 Champions League
1 Taça UEFA
1 Taça Intercontinental
8 Campeonatos de Portugal
5 Taças de Portugal
8 Supertaças

quinta-feira, março 01, 2007

Jorge Costa dá cartas

A Geração Dourada do futebol português está a mudar de vida. Os homens que contribuíram para os sucessos recentes de Portugal em grandes competições internacionais, tanto ao nível de clubes como de selecções, começam a exercer a sua influência em novas missões. Jorge Costa é o exemplo mais recente. O antigo capitão do FC Porto assumiu, no mês passado, o comando técnico do Sporting de Braga, iniciando uma carreira de treinador que promete adicionar conquistas ao seu vasto currículo.

Geração Dourada
Depois de Paulo Bento, no Sporting, Paulo Sousa, na selecção Sub-16, e Domingos Paciência, no União de Leiria, também Jorge Costa optou pela carreira de treinador ao mais alto nível. A Geração Dourada que encantou os palcos mundiais com a camisola de Portugal começa a deixar os relvados, mas não abdica de se manter ao serviço da modalidade. O ouro continua a brilhar, mas agora no banco. E quem acaba por lucrar com isso são os clubes, como o Braga, cuja ambição de ombrear com os grandes emblemas de Portugal está agora entregue ao campeão europeu e mundial Jorge Costa, que não contava chegar ao comando de uma equipa tão depressa, depois de ter colocado um ponto final na carreira de futebolista em 2006.

Convite irrecusável
"Tinha programado dedicar os próximos dois anos a estudar na área técnica e directiva, mas não tive como hesitar, quando colocado perante o convite de um clube tão bem estruturado como o Braga", conta o jogador ao uefa.com, desvendando os motivos que o levaram a aceitar suceder a Rogério Gonçalves no mês passado, depois de ter chegado ao clube em Novembro de 2006.

A melhor estreia
Jorge Costa protagonizou uma estreia fantástica na carreira de treinador. Aos 35 anos, o antigo internacional português teve oportunidade de usar pela primeira vez a braçadeira de treinador numa competição que venceu, a Taça UEFA, na época 2002/03, quando o FC Porto bateu o Celtic FC, por 3-2, numa emocionante final disputada em Sevilha e decidida no prolongamento. E a sua experiência foi, de facto, determinante na mensagem que passou aos jogadores antes da partida frente ao Parma FC, referente à segunda mão dos oitavos-de-final da competição, uma vez que no plano táctico, com apenas dois dias de trabalho, pouco havia a fazer.

"Dia muito especial"
Jorge Costa nunca esquecerá a noite de 22 de Fevereiro de 2007. "Foi um dia muito especial. Penso que o sucesso na eliminatória com o Parma também se deve ao mérito do meu antecessor, Rogério Gonçalves, pois trazíamos um bom resultado da primeira mão. Mas não poderia desejar melhor entrada. Trabalhei, essencialmente, os aspectos mentais e senti que os jogadores acreditaram, pois conhecem a minha experiência e percebem que a mensagem tem fiabilidade".

Enorme desafio
De facto, não havia razões para duvidar. Jorge Costa é um coleccionador de êxitos. Enquanto jogador, com a camisola do FC Porto, acumulou conquistas: sagrou-se oito vezes campeão nacional, venceu a UEFA Champions League, a Taça UEFA, cinco Taças de Portugal e sete SuperTaças! Mas será que alguém habituado a erguer troféus consegue conviver com a realidade de um clube em franco crescimento, mas que ainda não consegue ombrear com os três gigantes do futebol português? "É um desafio enorme. Sei que o Braga não vai jogar para vencer a UEFA Champions League. Mas a minha filosofia de vida é fazer sempre mais e melhor. E penso que o Braga tem potencial para, a curto prazo, estar muito próximo dos primeiros lugares. Pretendo estar em Braga nesse dia, pois gostaria de contribuir para este clube fazer história", desvenda Jorge Costa, demonstrando que os primeiros dias da nova vida rolam em ritmos de felicidade.

Regresso a casa
Após adicionar ao triunfo na Taça UEFA uma vitória na Liga portuguesa, Jorge Costa conheceu no último domingo a primeira derrota da sua carreira técnica. Curiosamente, tal desaire ocorreu na visita à casa onde viveu os maiores momentos enquanto jogador. Uma noite especial, que teria sido perfeita caso o Braga não tivesse sucumbido diante do FC Porto, por 1-0, no Estádio do Dragão. "Não nego que se tratou de um momento marcante. O único ponto negativo foi mesmo o resultado. Contudo, fiquei contente com a forma como fui recebido e, sobretudo, com a postura da minha equipa, que jogou sem receio e discutiu o resultado até ao derradeiro minuto", elogia, enquanto começa já a projectar o regresso a outra cidade marcante na sua vida. Londres está no horizonte do Braga, que disputa com o Tottenham Hotspur FC o acesso aos quartos-de-final da Taça UEFA.

Londres, doce Londres
Há seis anos, sem espaço no FC Porto, Jorge Costa rumou ao Charlton Athletic FC. A sua determinação e imagem de grande líder dentro das quatro linhas conquistaram imediatamente os adeptos do clube londrino, que recentemente o colocaram entre os melhores estrangeiros da história do Charlton. O sentimento é recíproco. Os adeptos adoram Jorge Costa e o treinador é um apaixonado por Londres. "A cidade e o Charlton hão-de ficar para sempre no meu coração", garante. "Londres devolve-me memórias fantásticas. O futebol vibrante, os sensacionais adeptos do Charlton, um país onde a modalidade é encarada com uma paixão inigualável", constata. A passagem pela cidade do Tamisa foi proveitosa mas curta, porque, entretanto, o percurso de Jorge Costa cruzou-se com José Mourinho.

O amigo Mourinho
O "Special One" chegou ao FC Porto no decurso da época 2001/02 e promoveu o regresso do capitão a Portugal, o que aconteceria no arranque da temporada seguinte. A relação com José Mourinho não poderia ter sido mais profícua, pois juntos venceram, em apenas duas épocas, uma Taça UEFA, uma UEFA Champions League, uma Taça de Portugal e dois campeonatos. "José Mourinho foi marcante na minha carreira como jogador e na vida pessoal. É evidente que aprendi com ele coisas muito importantes para esta nova etapa. Não tenho vergonha de seguir as minhas ideias e ir buscar ensinamentos ao melhor treinador do Mundo", desvenda, colocando o timoneiro do Chelsea no topo das referências, mas sem possibilidades de imitação: "Só existe um José Mourinho", completa.

Tottenham que se cuide
Jorge Costa admite que se aconselha com José Mourinho, mas não sentiu necessidade de recorrer ao amigo inspirador para recolher pistas sobre o adversário dos oitavos-de-final da Taça UEFA. "O Tottenham é a típica equipa inglesa, servida por grandes jogadores, que aplica um jogo de muito contacto físico. Apesar do respeito que me merecem, temos de procurar impor o nosso estilo latino para sermos bem sucedidos", completa. E se Jorge Costa conseguir passar aos seus jogadores aquela ambição e espírito de luta que eram a sua imagem de marca quando pisava os relvados, então o Tottenham não terá tarefa fácil.

MUNDIAL SUB-17 PERU-2005


MÉXICO: Os génios «azstecas»

BALANÇO
Anderson e Giovani Dos Santos. Duas estrelas a despontar, dois nomes a seguir nos próximos tempos sem pestanejar. Ambos esquerdinos, rápidos, mágicos no drible e inteligentes na leitura de jogo, combinando velocidade, precisão, passe e golos. Eles encantaram os relvados peruanos neste empolgante Mundial Sub-17. No final, ergueu-se o sorriso maroto do craquezinho aszteca de origem brasileira...

Quando embala, ultrapassando os adversários com a bola dominada na ponta da sua chuteira canhota, Giovani dos Santos desperta em qualquer adepto do bom futebol um sorriso matreiro. Ele é a grande esperança para o futuro do futebol mexicano num país que enlouquece com as proezas da sua selecção juvenil. Mesmo tendo origem brasileira, filho de Zizinho, antigo jogador canarinho que foi para o México nos anos 70, Dos Santos é visto como um legitimo representante da garra aszteca. Ele próprio insiste em dizer que se sente mexicano, mas a verdade é que Giovani é já mais, um, digamos, futebolista do mundo.
Há quatro anos que foi descoberto pelo Barcelona, em cujos escalões jovens cresceu, actuando já hoje, com 16, no Barcelona B, onde é visto, pela semelhança física e estilo de jogar, como um clone de Ronaldinho.
Foi ele a guiar o México à conquista deste Mundial Sub-17-2005, num onze muito bem gerido pelo técnico Jesus Ramírez, esquematizado num 4x4x2 com extremos e aberto a toda a largura do terreno.

Um onze de talento e classe
Na defesa, mora uma excelente dupla de centrais (Valdez-Sanchez), enquanto nas laterais, Araújo e Moreno partem sempre da segurança defensiva, só depois subindo em apoio pelo seu corredor, onde estão dois excelentes flanqueadores que se transformam em extremos dando grande profundidade de jogo aos flancos. São eles Villaluz, à direita, e Aldrete, à esquerda, muito fortes também a entrar em diagonal, procurando o remate.
No eixo do meio campo, Esparza marca o ritmo defensivo nas costas de Fernandez, distribuidor de jogo, o pêndulo da equipa e elo de ligação com a dupla atacante Vela-Dos Santos.
Todo este onze move-se já com grande maturidade táctico-técnica. Poderá estar aqui, sem dúvida, a base da selecção azsteca para o Mundial 2010. O México pode começar a sonhar…
BRASIL:
O mundo encantado de Anderson
Partindo para o torneio sem a sua principal estrela, Kerlon, conhecido como a foca por em muitos jogos tentar, com êxito, avançar no terreno com a bola equilibrada na cabeça -dando quase a sensação que a leva na ponta do nariz -o Brasil manteve estilo ofensivo que o tornou famoso.
Esquematizada em 4x4x2, ataca por todos os lados, graças à vocação e dinâmica ofensiva dos seus médios. O ponta de lança era Igor, mas quando chegava ao ataque, o Brasil soltava sempre cinco jogadores nas imediações da área adversária.
O grande catalizador deste jogo ofensivo foi Anderson, mas no apoio, também surgia o médio ofensivo Ramon, enquanto, nas faixas, explodia, Celso, à direita, e Denilson, um jogador polivalente, pois tanto surge como um médio esquerdo interior armador, como surge a rasgar pelo flanco canhoto como um ala.
Um onze empolgante que mantinha, ao mesmo tempo, o equilíbrio defensivo, sobretudo devido à disciplina posicional ataque-defesa dos laterais Leyrielton-Vinicius. A falta, no jogo da final, do talento e carácter de Anderson (saiu lesionado aos dez minutos) comprometeu, porém, a conquista de mais um título.
AS SELECÇÕES EUROPEIAS:
Perfume laranja e garra turca
Entre as selecções europeias, destacaram-se, cada qual no seu estilo, a Holanda e a Turquia.
No onze laranja, guiado por Goosens, interessante a dupla atacante formada por Anita, sempre em movimento e muito perigoso nas triangulações, e Biseswar, elegante e com excelente controlo da bola e dos espaços.
A meio campo, fixem o nome de Sarpong, um pequeno Seedorf na forma como segura a bola e sobe no terreno.
Entre os turcos, guiados pelo nº10 Sahin, destacou-se também um excelente avançado, já a jogar na Alemanha, no Leverkusen: Kose Tevfik. Combina potência e velocidade. Para além disso, tem um remate colocado e sabe fugir ás marcações, não se limitando a ficar em cunha entre os centrais.
A maior desilusão foi a Itália. Sem mecanização, dependeu mais de impulsos individuais e passes longos do que da construção colectiva. Uma descoordenação táctica que impediu de brilhar uma bela promessa do Calcio: Russoto, jogador do Treviso, Série A, um médio ofensivo ambidestro que desequilibra quando entra de trás.
Despertar asiático
Um dos aspectos mais interessantes residiu nas excelentes exibições das selecções asiáticas, China e Coreia do Norte.
No onze chinês, um guarda redes voador, Wang Dalei, foi a grande revelação. Como quase toda a equipa saiu de um centro de formação que a Federação chinesa montou na Alemanha, a Academia de futebol germano-chinesa, situada em Kissingen, um bairro chinês que recebe nestas suas instalações qualquer jovem jogador chinês que queira desenvolver as suas capacidades na Europa.
Na Coreia (que, nos quartos de final, só perdeu com o Brasil no prolongamento) apontem o nome de Choe Myong Ho. Chamam-lhe o Ronaldo da Coreia, é rápido, sabe jogar para a equipa e possui instinto de baliza. Joga nos escondidos relvados coreanos, no Kyonggongop. Procurem por ele….
Estrelas para o futuro
Anderson (Brasil / Grémio)
O seu pé esquerdo parece ter um pacto secreto com a bola. Na chamada zona de criação, atrás do ponta de lança ou vindo buscar jogo atrás, Anderson arrasta toda a equipa para a frente.
Tem técnica, visão de jogo, carácter lutador, drible, precisão de passe e remate, sendo exímio a marcar livres.
Tudo emoldurado já numa apreciável resistência muscular, originária dos seus genes, vindo do Rio Grande do Sul, a região mais física do futebol brasileiro.


Giovani Dos Santos (México/ Barcelona B)
Conquistou o público peruano com os seus dribles e arrancadas demolidoras. Uma finta curta escondida num estilo esquivo mas, também, com grande visão de jogo. Nas imediações da área, não se limita a procurar o remate. Sabe tabelar com o companheiros, traçar linhas de passe ou arrastar marcações. Tudo com técnica e saber táctico. Parece ter pelos menos mais cinco anos. Só tem 16. É um fenómeno mexicano.

Carlos Vela (México/Chivas)
Em comparação com Dos Santos driblador, mas possui maior sentido de baliza. Frente ao guarda redes raramente falha.
Muito inteligente a desmarcar-se nos espaços vazios, rápido e esquivo, sabe recuar para procurar espaços e rasgar criando desiquilibrios. Quando levanta a cabeça revela inteligência táctica. Com Dos santos formou uma dupla atacante de sonho.


Ceesay (Gambia/Wallidan)
Ponta de lança da Gambia, Momodou Ceesay joga ainda no desconhecido Wallidan de Banjul. Causou sensação no jogo de estreia contra o Brasil.
Embora pareça impossível que só tenha 16 anos, pelo seu físico imponente (1,95m. e 84kg.), impressionou pela forma como arranca com a bola desde trás, fintando em progressão, com excelente controlo, movendo-se sempre com grande inteligência. Merece ser revisto com atenção.
Goossens (Holanda/Ajax)
Um excelente ala esquerdo com dotes de organizador de jogo. Elegante, com excelente leitura de jogo, vem buscar jogo atrás, sai a jogar ou executa precisos lançamentos em profundidade. Sabe também ir á linha e possui excelente remate. Formado nas escolas do Ajax, evidencia já grande cultura táctica.
Nuri Sahin (Turquia/Borussia Dortmund)
Organizador de jogo clássico, é um playmaker de grande classe, com um pé esquerdo capaz de colocar a bola onde quer com uma precisão notável.
Para além dos passes teleguiados, também surge perto da área para rematar, como no golo, com um chapéu fabuloso, que marcou ao Brasil.
Já nasceu na Alemanha e foi o jogador mais jovem da história (16 anos e 335 dias) a estrear-se na Bundesliga, no Dortmund. Lembra um nº10 á moda antiga.
Ramón (Brasil /At.Mineiro)
Um médio ofensivo de grande criatividade que, no decorrer do jogo, se transforma facilmente num segundo avançado, tal a forma como surge nas manobras atacantes.
Tem grande visão de jogo. Gosta de partir do flanco esquerdo, elaborando as jogadas. Joga de área a área. Recupera, conduz a bola, passa e remata. Veremos a sua evolução no futuro.