MÉXICO: Os génios «azstecas»
BALANÇO
Anderson e Giovani Dos Santos. Duas estrelas a despontar, dois nomes a seguir nos próximos tempos sem pestanejar. Ambos esquerdinos, rápidos, mágicos no drible e inteligentes na leitura de jogo, combinando velocidade, precisão, passe e golos. Eles encantaram os relvados peruanos neste empolgante Mundial Sub-17. No final, ergueu-se o sorriso maroto do craquezinho aszteca de origem brasileira...
Quando embala, ultrapassando os adversários com a bola dominada na ponta da sua chuteira canhota, Giovani dos Santos desperta em qualquer adepto do bom futebol um sorriso matreiro. Ele é a grande esperança para o futuro do futebol mexicano num país que enlouquece com as proezas da sua selecção juvenil. Mesmo tendo origem brasileira, filho de Zizinho, antigo jogador canarinho que foi para o México nos anos 70, Dos Santos é visto como um legitimo representante da garra aszteca. Ele próprio insiste em dizer que se sente mexicano, mas a verdade é que Giovani é já mais, um, digamos, futebolista do mundo.
Há quatro anos que foi descoberto pelo Barcelona, em cujos escalões jovens cresceu, actuando já hoje, com 16, no Barcelona B, onde é visto, pela semelhança física e estilo de jogar, como um clone de Ronaldinho.
Foi ele a guiar o México à conquista deste Mundial Sub-17-2005, num onze muito bem gerido pelo técnico Jesus Ramírez, esquematizado num 4x4x2 com extremos e aberto a toda a largura do terreno.
Um onze de talento e classe
Na defesa, mora uma excelente dupla de centrais (Valdez-Sanchez), enquanto nas laterais, Araújo e Moreno partem sempre da segurança defensiva, só depois subindo em apoio pelo seu corredor, onde estão dois excelentes flanqueadores que se transformam em extremos dando grande profundidade de jogo aos flancos. São eles Villaluz, à direita, e Aldrete, à esquerda, muito fortes também a entrar em diagonal, procurando o remate.
No eixo do meio campo, Esparza marca o ritmo defensivo nas costas de Fernandez, distribuidor de jogo, o pêndulo da equipa e elo de ligação com a dupla atacante Vela-Dos Santos.
Todo este onze move-se já com grande maturidade táctico-técnica. Poderá estar aqui, sem dúvida, a base da selecção azsteca para o Mundial 2010. O México pode começar a sonhar…
Na defesa, mora uma excelente dupla de centrais (Valdez-Sanchez), enquanto nas laterais, Araújo e Moreno partem sempre da segurança defensiva, só depois subindo em apoio pelo seu corredor, onde estão dois excelentes flanqueadores que se transformam em extremos dando grande profundidade de jogo aos flancos. São eles Villaluz, à direita, e Aldrete, à esquerda, muito fortes também a entrar em diagonal, procurando o remate.
No eixo do meio campo, Esparza marca o ritmo defensivo nas costas de Fernandez, distribuidor de jogo, o pêndulo da equipa e elo de ligação com a dupla atacante Vela-Dos Santos.
Todo este onze move-se já com grande maturidade táctico-técnica. Poderá estar aqui, sem dúvida, a base da selecção azsteca para o Mundial 2010. O México pode começar a sonhar…
BRASIL:
O mundo encantado de Anderson
Partindo para o torneio sem a sua principal estrela, Kerlon, conhecido como a foca por em muitos jogos tentar, com êxito, avançar no terreno com a bola equilibrada na cabeça -dando quase a sensação que a leva na ponta do nariz -o Brasil manteve estilo ofensivo que o tornou famoso.
Esquematizada em 4x4x2, ataca por todos os lados, graças à vocação e dinâmica ofensiva dos seus médios. O ponta de lança era Igor, mas quando chegava ao ataque, o Brasil soltava sempre cinco jogadores nas imediações da área adversária.
O grande catalizador deste jogo ofensivo foi Anderson, mas no apoio, também surgia o médio ofensivo Ramon, enquanto, nas faixas, explodia, Celso, à direita, e Denilson, um jogador polivalente, pois tanto surge como um médio esquerdo interior armador, como surge a rasgar pelo flanco canhoto como um ala.
Um onze empolgante que mantinha, ao mesmo tempo, o equilíbrio defensivo, sobretudo devido à disciplina posicional ataque-defesa dos laterais Leyrielton-Vinicius. A falta, no jogo da final, do talento e carácter de Anderson (saiu lesionado aos dez minutos) comprometeu, porém, a conquista de mais um título.
O mundo encantado de Anderson
Partindo para o torneio sem a sua principal estrela, Kerlon, conhecido como a foca por em muitos jogos tentar, com êxito, avançar no terreno com a bola equilibrada na cabeça -dando quase a sensação que a leva na ponta do nariz -o Brasil manteve estilo ofensivo que o tornou famoso.
Esquematizada em 4x4x2, ataca por todos os lados, graças à vocação e dinâmica ofensiva dos seus médios. O ponta de lança era Igor, mas quando chegava ao ataque, o Brasil soltava sempre cinco jogadores nas imediações da área adversária.
O grande catalizador deste jogo ofensivo foi Anderson, mas no apoio, também surgia o médio ofensivo Ramon, enquanto, nas faixas, explodia, Celso, à direita, e Denilson, um jogador polivalente, pois tanto surge como um médio esquerdo interior armador, como surge a rasgar pelo flanco canhoto como um ala.
Um onze empolgante que mantinha, ao mesmo tempo, o equilíbrio defensivo, sobretudo devido à disciplina posicional ataque-defesa dos laterais Leyrielton-Vinicius. A falta, no jogo da final, do talento e carácter de Anderson (saiu lesionado aos dez minutos) comprometeu, porém, a conquista de mais um título.
AS SELECÇÕES EUROPEIAS:
Perfume laranja e garra turca
Entre as selecções europeias, destacaram-se, cada qual no seu estilo, a Holanda e a Turquia.
No onze laranja, guiado por Goosens, interessante a dupla atacante formada por Anita, sempre em movimento e muito perigoso nas triangulações, e Biseswar, elegante e com excelente controlo da bola e dos espaços.
A meio campo, fixem o nome de Sarpong, um pequeno Seedorf na forma como segura a bola e sobe no terreno.
Entre os turcos, guiados pelo nº10 Sahin, destacou-se também um excelente avançado, já a jogar na Alemanha, no Leverkusen: Kose Tevfik. Combina potência e velocidade. Para além disso, tem um remate colocado e sabe fugir ás marcações, não se limitando a ficar em cunha entre os centrais.
A maior desilusão foi a Itália. Sem mecanização, dependeu mais de impulsos individuais e passes longos do que da construção colectiva. Uma descoordenação táctica que impediu de brilhar uma bela promessa do Calcio: Russoto, jogador do Treviso, Série A, um médio ofensivo ambidestro que desequilibra quando entra de trás.
Perfume laranja e garra turca
Entre as selecções europeias, destacaram-se, cada qual no seu estilo, a Holanda e a Turquia.
No onze laranja, guiado por Goosens, interessante a dupla atacante formada por Anita, sempre em movimento e muito perigoso nas triangulações, e Biseswar, elegante e com excelente controlo da bola e dos espaços.
A meio campo, fixem o nome de Sarpong, um pequeno Seedorf na forma como segura a bola e sobe no terreno.
Entre os turcos, guiados pelo nº10 Sahin, destacou-se também um excelente avançado, já a jogar na Alemanha, no Leverkusen: Kose Tevfik. Combina potência e velocidade. Para além disso, tem um remate colocado e sabe fugir ás marcações, não se limitando a ficar em cunha entre os centrais.
A maior desilusão foi a Itália. Sem mecanização, dependeu mais de impulsos individuais e passes longos do que da construção colectiva. Uma descoordenação táctica que impediu de brilhar uma bela promessa do Calcio: Russoto, jogador do Treviso, Série A, um médio ofensivo ambidestro que desequilibra quando entra de trás.
Despertar asiático
Um dos aspectos mais interessantes residiu nas excelentes exibições das selecções asiáticas, China e Coreia do Norte.
No onze chinês, um guarda redes voador, Wang Dalei, foi a grande revelação. Como quase toda a equipa saiu de um centro de formação que a Federação chinesa montou na Alemanha, a Academia de futebol germano-chinesa, situada em Kissingen, um bairro chinês que recebe nestas suas instalações qualquer jovem jogador chinês que queira desenvolver as suas capacidades na Europa.
Na Coreia (que, nos quartos de final, só perdeu com o Brasil no prolongamento) apontem o nome de Choe Myong Ho. Chamam-lhe o Ronaldo da Coreia, é rápido, sabe jogar para a equipa e possui instinto de baliza. Joga nos escondidos relvados coreanos, no Kyonggongop. Procurem por ele….
Estrelas para o futuro
Um dos aspectos mais interessantes residiu nas excelentes exibições das selecções asiáticas, China e Coreia do Norte.
No onze chinês, um guarda redes voador, Wang Dalei, foi a grande revelação. Como quase toda a equipa saiu de um centro de formação que a Federação chinesa montou na Alemanha, a Academia de futebol germano-chinesa, situada em Kissingen, um bairro chinês que recebe nestas suas instalações qualquer jovem jogador chinês que queira desenvolver as suas capacidades na Europa.
Na Coreia (que, nos quartos de final, só perdeu com o Brasil no prolongamento) apontem o nome de Choe Myong Ho. Chamam-lhe o Ronaldo da Coreia, é rápido, sabe jogar para a equipa e possui instinto de baliza. Joga nos escondidos relvados coreanos, no Kyonggongop. Procurem por ele….
Estrelas para o futuro
Anderson (Brasil / Grémio)
O seu pé esquerdo parece ter um pacto secreto com a bola. Na chamada zona de criação, atrás do ponta de lança ou vindo buscar jogo atrás, Anderson arrasta toda a equipa para a frente.
Tem técnica, visão de jogo, carácter lutador, drible, precisão de passe e remate, sendo exímio a marcar livres.
Tudo emoldurado já numa apreciável resistência muscular, originária dos seus genes, vindo do Rio Grande do Sul, a região mais física do futebol brasileiro.
O seu pé esquerdo parece ter um pacto secreto com a bola. Na chamada zona de criação, atrás do ponta de lança ou vindo buscar jogo atrás, Anderson arrasta toda a equipa para a frente.
Tem técnica, visão de jogo, carácter lutador, drible, precisão de passe e remate, sendo exímio a marcar livres.
Tudo emoldurado já numa apreciável resistência muscular, originária dos seus genes, vindo do Rio Grande do Sul, a região mais física do futebol brasileiro.
Giovani Dos Santos (México/ Barcelona B)
Conquistou o público peruano com os seus dribles e arrancadas demolidoras. Uma finta curta escondida num estilo esquivo mas, também, com grande visão de jogo. Nas imediações da área, não se limita a procurar o remate. Sabe tabelar com o companheiros, traçar linhas de passe ou arrastar marcações. Tudo com técnica e saber táctico. Parece ter pelos menos mais cinco anos. Só tem 16. É um fenómeno mexicano.
Carlos Vela (México/Chivas)
Em comparação com Dos Santos driblador, mas possui maior sentido de baliza. Frente ao guarda redes raramente falha.
Muito inteligente a desmarcar-se nos espaços vazios, rápido e esquivo, sabe recuar para procurar espaços e rasgar criando desiquilibrios. Quando levanta a cabeça revela inteligência táctica. Com Dos santos formou uma dupla atacante de sonho.
Em comparação com Dos Santos driblador, mas possui maior sentido de baliza. Frente ao guarda redes raramente falha.
Muito inteligente a desmarcar-se nos espaços vazios, rápido e esquivo, sabe recuar para procurar espaços e rasgar criando desiquilibrios. Quando levanta a cabeça revela inteligência táctica. Com Dos santos formou uma dupla atacante de sonho.
Ceesay (Gambia/Wallidan)
Ponta de lança da Gambia, Momodou Ceesay joga ainda no desconhecido Wallidan de Banjul. Causou sensação no jogo de estreia contra o Brasil.
Embora pareça impossível que só tenha 16 anos, pelo seu físico imponente (1,95m. e 84kg.), impressionou pela forma como arranca com a bola desde trás, fintando em progressão, com excelente controlo, movendo-se sempre com grande inteligência. Merece ser revisto com atenção.
Goossens (Holanda/Ajax)
Um excelente ala esquerdo com dotes de organizador de jogo. Elegante, com excelente leitura de jogo, vem buscar jogo atrás, sai a jogar ou executa precisos lançamentos em profundidade. Sabe também ir á linha e possui excelente remate. Formado nas escolas do Ajax, evidencia já grande cultura táctica.
Um excelente ala esquerdo com dotes de organizador de jogo. Elegante, com excelente leitura de jogo, vem buscar jogo atrás, sai a jogar ou executa precisos lançamentos em profundidade. Sabe também ir á linha e possui excelente remate. Formado nas escolas do Ajax, evidencia já grande cultura táctica.
Nuri Sahin (Turquia/Borussia Dortmund)
Organizador de jogo clássico, é um playmaker de grande classe, com um pé esquerdo capaz de colocar a bola onde quer com uma precisão notável.
Para além dos passes teleguiados, também surge perto da área para rematar, como no golo, com um chapéu fabuloso, que marcou ao Brasil.
Já nasceu na Alemanha e foi o jogador mais jovem da história (16 anos e 335 dias) a estrear-se na Bundesliga, no Dortmund. Lembra um nº10 á moda antiga.
Organizador de jogo clássico, é um playmaker de grande classe, com um pé esquerdo capaz de colocar a bola onde quer com uma precisão notável.
Para além dos passes teleguiados, também surge perto da área para rematar, como no golo, com um chapéu fabuloso, que marcou ao Brasil.
Já nasceu na Alemanha e foi o jogador mais jovem da história (16 anos e 335 dias) a estrear-se na Bundesliga, no Dortmund. Lembra um nº10 á moda antiga.
Ramón (Brasil /At.Mineiro)
Um médio ofensivo de grande criatividade que, no decorrer do jogo, se transforma facilmente num segundo avançado, tal a forma como surge nas manobras atacantes.
Tem grande visão de jogo. Gosta de partir do flanco esquerdo, elaborando as jogadas. Joga de área a área. Recupera, conduz a bola, passa e remata. Veremos a sua evolução no futuro.
Um médio ofensivo de grande criatividade que, no decorrer do jogo, se transforma facilmente num segundo avançado, tal a forma como surge nas manobras atacantes.
Tem grande visão de jogo. Gosta de partir do flanco esquerdo, elaborando as jogadas. Joga de área a área. Recupera, conduz a bola, passa e remata. Veremos a sua evolução no futuro.
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